Não tenho o dom de embelezar os textos com palavras mágicas, mas a beleza de tudo o que te escrevo é o AMOR, um amor que já existe desde o momento em que ainda eras um sonho. E existe algo mais bonito e puro que isto? Um dia irás descobrir que não.
E espero que todo estas palavras e texto que aqui te deixo de herança, sejam aquilo que de mais rico poderás ler, as memórias e os registos dos sonhos, projectos e amor dos teus pais por TI.
Hoje apetece escrever-te de como foi que descobri que existias em mim. Tenho que fazê-lo antes que a memória me atraiçoe, pois embora o que senti(mos) seja inesquecível, há certos detalhes que o tempo apaga da nossa memória.
Sabes bebé, a tua mãe gosta de ter controlo sobre tudo, saber o que a espera em qualquer circustância e contexto. Gosto de me sentir preparada, não gosto de andar às escuras. E assim também aconteceu com a preparação da possível gravidez.
Como leste no início deste diário, eu e o teu pai fizemos todas as análises e investigações de primeira linha no despiste de qualquer problema que possa dificultar uma concepção espontânea. E descobrimos, que, tanto eu como o teu pai, temos, ou tínhamos, factores que faziam prever algum tempo em tentativas. O bom desta minha preocupação com tudo (um dia vais perceber que tenho um sexto sentido para muita coisa) é que começámos logo com tratamentos e medicação para os possíveis problemas que se vieram a confirmar. Portanto, digo com orgulho, que não perdemos tempo nesta tua procura. (Um dia que precises de dicas e conselhos, fala com a mamã!) E acredita, quando se começa nesta busca por uma gravidez, o tempo consome-nos!
Como leste no início deste diário, eu e o teu pai fizemos todas as análises e investigações de primeira linha no despiste de qualquer problema que possa dificultar uma concepção espontânea. E descobrimos, que, tanto eu como o teu pai, temos, ou tínhamos, factores que faziam prever algum tempo em tentativas. O bom desta minha preocupação com tudo (um dia vais perceber que tenho um sexto sentido para muita coisa) é que começámos logo com tratamentos e medicação para os possíveis problemas que se vieram a confirmar. Portanto, digo com orgulho, que não perdemos tempo nesta tua procura. (Um dia que precises de dicas e conselhos, fala com a mamã!) E acredita, quando se começa nesta busca por uma gravidez, o tempo consome-nos!
Quis a Natureza, ou o destino (tenho que te escrever mais sobre a minha história com o papá, pois eu passei a acreditar nestas coisas), que acontecesse da forma mais natural e maravilhosa possível. Deixámos a contracepção contando que o período fértil acontecesse durante as nossas férias, a nossa segunda lua de mel. Fizemos contas e torcemos para que assim fosse, mas sem pensar muito no assunto. Aproveitámos as férias da forma mais calma e relaxada possível, descansámos, namorámos e conhecemos mais um pouco deste Mundo que te receberá. Comemorámos o quarto aniversário do primeiro beijo e o segundo do noivado. Fevereiro é um mês especial para nós e passou a ser ainda mais, estaria destinado?
Com o final das férias e o regresso à fria realidade do Inverno europeu, começou a esperança de que realmente haveria possibilidade, afinal estava tudo regulado (também percebo de coisas como temperatura basal, já sabes, pergunta à mamã!) e tinha tido, efectivamente, um ciclo fértil, pela primeira vez em vários anos. Afinal, nós tinhamos armas para lutar e quando a natureza quisesse, seriamos brindados com uma gravidez.
Começaram então as dores menstruais (se fores menino, aprende uma coisa: mima muuito a tua mulher nestes dias!) que permaneceram até ao final da fase lútea (depois explico-te o que é isto). A ansiedade não ajudou, e no dia que era suposto iniciar um novo ciclo, já contava com cinco testes de gravidez negativos. Não havia desilusão em mim, afinal era o primeiro mês de tentativas. Contudo a temperatura basal não baixava e ao segundo dia de atraso uma ténue risquinha surgiu num teste barato de tirinhas, eram três horas da manhã. E, claro, a partir daí, não consegui dormir mais nem tirar o sorriso estúpido dos lábios, enquanto passava vezes sem fim a mão no ventre que te embala. A risquinha parecia invisível, juro-te que achei que era fruto da minha imaginação. Seria verdade??? Estaria mesmo grávida??? Teríamos conseguido à primeira??? No início do ciclo tive um pressentimento que seria assim, mas nunca nos julguei tão abençoados!
Aguentei até às nove horas, sempre a sonhar acordada, hora em que acordei o teu pai e disse-lhe: "tens que acordar, tenho uma coisa para te dizer...." e ele sorriu, ainda a dormir como que a mandar-me calar, ao que respondi "olha para mim!" e ele abriu os olhos ainda raiados de cansaço e eu disse-lhe: "vais ser PAI". Claro que incrédulo me perguntou "a sério? estás a falar a sério?" e eu disse-lhe "vês aqui uma segunda risquinha?", "hmmm acho que vejo qualquer coisa", respondeu ensonado. Demorou a cair na realidade e perguntou-me desiludido "eu vou ser pai e tu dás-me a notícia assim???? eu ainda estou meio a dormir!".
Pois é, eu tinha imaginado mil e uma formas lindas de lhe contar de forma surpreendente, linda, emocionante e inesquecível, mas não me contive. E o teu pai ainda hoje fala nisso, dizendo que me preparou um pedido de casamento lindíssimo e romântico e eu dei-lhe a melhor notícia que ele algum dia poderia ter da forma mais sem graça possível. E tem razão, mas a felicidade era tanta que não deu para aguentar. Desculpa por não teres fotografias desse momento, vocês mereciam essa recordação!
Pouco confiantes na risquinha-apenas-visível-ao-microscópio, fomos em busca do teste que nos faz ler o resultado. É verdade que aqueles segundos em que o visor piscava em busca do resultado, o meu coração pulava no meu peito, contra as costelas com toda a força possível e eis que a palavra "pregnant" surgiu, seguida dos números 1-2. Aí sim, emocionei-me. Havia algo a dizer-te com todas as letras que estava grávida, que te tinha em mim. Apertei o teste contra o peito e senti o meu coração inchar de amor e de um receio que nunca havia sentido até então.
O teu pai esperava-me na sala, tranquilo. Ao ver a palavra mágica naquele teste, sorriu muito, abraçou-me com tanta força que senti que lhe tinha dado o maior presente de toda uma vida. Beijou-me com os olhos húmidos e fez-nos (a mim e a ti) juras de amor eterno. O dia 19 de Fevereiro foi um dia cheio. Cheio de amor, felicidade e sonhos.
Houve sessão de fotografias para eternizar o momento, para mais tarde recordar e um dia te mostrar o qual especial és, desde o dia em que te soubemos em nós. Pois aconteça o que acontecer, estarás para sempre em nós, meu amor.
Até já.
Até já.
Senti cada palavra ...vivi este momento como se fosse meu...
ResponderEliminarE vivi isso tudo isso, e é simplesmente MARAVILHOSO!